sábado, 29 de maio de 2010

Mexendo nas gavetas

“Agora eu já posso morrer
(Sobre)vivi o suficiente
Para contar, para conter
Já fiz uma boa ação
Já amei com o coração
Escutei o necessário
Estava lá, e prestei atenção
Eu corri atrás do tempo,
Abreviei as horas
Estava presente
Contigo e agora
E já posso morrer
Já amei, já sonhei
Já escrevi bem
Uma canção”

terça-feira, 25 de maio de 2010

Experimente

Já experimentou trocar a marca de seu shampoo?
Já experimentou sentir cheiros novos?
Já experimentou agonizar algo distinto?
Já experimentou amar de outra maneira?

Já experimentou brincar com o destino?

domingo, 23 de maio de 2010

Petisco

Ele logo cansou de ler, fechou o livro e esperou sentado, pensante. Pensamentos contínuos, de enorme intensidade que não chegavam a lugar nenhum. ‘Mais um momento pensando besteira’, cochichou para o interior de seu ser, fazendo com que toda a cena se repetisse na sua cabeça.

sábado, 8 de maio de 2010

Seu nome

O objetivo de ter criado esse blog, foi o de expor algumas das coisas que eu escrevia quando me sobrava tempo e/ou alguma coisa que me angustiava, fosse ela positiva ou negativa. Bom, eu até tentei, mas descobri que definitivamente eu não tenho mais tempo pra isso. E também que ando muito mais crítica a respeito do pouco que ainda escrevo. Isso porque ando lendo bastante, pesquisando bastante e mudando alguns conceitos ao longo desses bastantes aí. Ontem, uma amiga me comentou de um poema, do qual havia gostado muito de ter ouvido. Fui procurar, e achei-o o máximo! Nem tanto pelo poema em si, ele não é nada de tão espetaculoso, mas por ser uma poesia diferente das que ando acostumada. O cara é novo, tem só trinta anos e escreve uma poesia nova, atual. Por isso o comentário de ser diferente, pois não é aquele modelo obsoleto que tenho dos clássicos. Não que eu esteja criticando os clássicos, mas enfim, gostei dele. Segue abaixo o poema, e aqui deixo a declarar que daqui pra frente foda-se o que eu vou postar. Chega de ficar me auto-conceituando. Tchau! Uma ótima semana!

SEU NOME - Fabrício Corsaletti
"Se eu tivesse um Bar ele teria seu nome;
Se eu tivesse um barco ele teria seu nome,
Se eu comprasse uma égua daria a ela seu nome;
Minha cadela imaginaria tem o seu nome;
Se eu enlouquecer passarei as tardes repetindo seu nome;
Se eu morrer velhinho, no suspiro final balbuciarei o seu nome;
Se for assassinado com a boca cheia de sangue gritarei o seu nome;
Se encontrarem o meu corpo boiando no mar, no meu bolso haverá um bilhete com o seu nome;
Se eu me suicidar, ao puxar o gatilho pensarei no seu nome;
A primeira garota que beijei tinha o seu nome;
Na sétima série eu tinha duas amigas com o seu nome;
Antes de você tive três namoradas com o seu nome;
Na rua há mulheres que parecem ter o seu nome;
Na locadora que freqüento tem uma moça com o seu nome;
Às vezes as nuvens quase formam o seu nome;
Olhando as estrelas eu sempre consigo desenhar o seu nome;
O ultimo verso do famoso poema de Eloá poderia muito bem ser o seu nome;
Apolineris escreveu poemas a lua porque na loucura da guerra não conseguia lembrar o seu nome;
Não entendo porque Chico Buarque não compôs uma musica para o seu nome;
Se eu Fosse um travesti usaria o seu nome;
Se um dia eu mudar de sexo adotarei o seu nome;
Minha mãe me contou que se eu tivesse nascido menina teria o seu nome;
Se eu tiver uma filha ela terá o seu nome;
Minha senha do emai-l já foi o seu nome;
Minha senha do banco é uma variação do seu nome;
Tenho pena dos seus filhos porque em geral dizem mãe ao invés do seu nome;
Tenho pena dos seus pais porque em geral dizem filha ao invés do seu nome;
Tenho muita pena dos seus ex-maridos porque associam o termo ex-mulher ao seu nome;
Tenho inveja do Oficial de Registro que datilografou pela primeira vez o seu nome;
Quando fico bêbado falo muito o seu nome;
Quando estou sóbrio me controlo para não falar demais o seu nome;É difícil falar de você sem mencionar o seu nome;
Uma vez sonhei que tudo no mundo tinha o seu nome;
Coelho tinha o seu nome, xícara tinha o seu nome, teleférico tinha o seu nome;
No índice aromático da minha biografia, haverá milhares de ocorrências do seu nome;
Na falta de corda para onde olha o luthier se não para o infinito do seu nome;
Algumas professoras da USP seriam menos amargas se tivessem o seu nome;
Detesto o trabalho porque me impede de concentrar no seu nome;
Cabala é uma palavra linda, mas não chega aos pés do seu nome;
No cabo da minha bengala gravarei o seu nome;
Não posso ser Niilista enquanto existir o seu nome;
Não posso ser Anarquista sem suplicar a declaração do seu nome;
Não posso ser Comunista se tiver que compartilhar o seu nome;
Não posso ser Fascista se não quero impor a outros o seu nome;
Não posso ser capitalista se não desejo nada alem do seu nome;
Quando eu saí da casa dos meus pais fui atrás do seu nome;
Morei três anos num bairro que tinha o seu nome;
Espero nunca deixar de te amar para não esquecer o seu nome;
Espero que você nunca me deixe para eu não ser obrigado a esquecer o seu nome;
Espero nunca te odiar para não ter que odiar o seu nome;
Espero que você nunca me odeie para eu não ficar arrasado ao ouvir o seu nome;
A literatura não me interessa tanto quanto o seu nome;
Quando a poesia é boa é como o seu nome;
Quando a poesia é ruim tem algo do seu nome;
Estou cansado da vida, mas isso não tem nada a ver com o seu nome;
Estou escrevendo o 58º verso sobre o seu nome;
Talvez eu não seja um poeta a altura do seu nome;
Por via das duvidas vou acabar o poema sem dizer explicitamente o seu nome.”

http://www.youtube.com/watch?v=4Zvgg7Mp49M