quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

É de madrugada

Eu não sei vocês. Mas pra mim é na madrugada que os pensamentos fervem. Quando tudo está calmo, quando a cama já me conforta. Parece que é essa hora que a mente tira pra trabalhar. Uma coisa puxa a outra freneticamente. Começa no Chui e termina lá no Iapoque. Não tem mais controle. Como uma corda de relógio. Dá voltas e voltas e não para de funcionar jamais. E é de madrugada, deitada na cama que aparecem as frustrações, os arrependimentos, as confissões. Confissões do teu próprio pensamento. Confissões de coisas que nem se imaginava ter acontecido. Aconteceu sem tu querer. Veio sem permissão. E fez. É de madrugada, quando estamos esperando o sono que viramos filósofos, psicólogos, terapeutas. De nós mesmos. É de madrugada, rolando na cama que os grandes projetos são criados, grandes utopias são realizadas. É de madrugada, com a lua brilhando lá fora que salvamos o mundo, e encontramos as soluções de todos os nossos problemas. É no calar da noite que tudo se resolve.

Mas é no raiar do dia que tudo acaba.

O pensamento é egoísta. Pega tudo pra ele. É uma pena que acabe ficando por lá.

Um comentário:

Antônio Dutra Jr. disse...

Excelente... Gosto quando tu escreve, às vezes passo aqui pra matar a saudade.

Beijo, guria!